quarta-feira, 30 de março de 2016

As frases sobre a crise brasileira que marcaram seminário acadêmico Luso-Brasileiro de Direito (e político) em Portugal

Políticos pró-impeachment, senador petista e ministro do STF participaram de encontro em Lisboa.
 
   O primeiro dia do 4º semanário Luso-Brasileiro de Direito, que acontecerá na Universidade de Lisboa até quinta feira próxima foi transformado num debate político acirrado entre os favoráveis e os contrários ao impeachment de Dilma Rousseff. O encontro, cujo tema era "Constituição e Crise" teve do lado de fora do plenário um grupo contrário ao afastamento da presidente.
Os palestrantes, entre eles, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, Michel Temer, Aécio Neves, O presidente das indústrias de São Paulo Skaf.

   Gilmar Mendes comparou a crise brasileira à cleptomania(o ato de roubar por impulso)

    O senador Jorge Viana afirmou ter vindo à conferência para alertar sobre os riscos de um golpe à democracia no Brasil”.
   Enfim o que era para ser apenas um acontecimento acadêmico acabou por transformar-se num acontecimento político.

   Era para ser um encontro acadêmico, mas política tomou conta do primeiro dia do 4º Seminário Luso-Brasileiro de Direito, que será realizado até a quinta-feira na Universidade de Lisboa.
Com a presença de políticos favoráveis e contrários ao impeachment, além do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, a abertura do evento foi marcada por protestos, análises e projeções sobre como o Brasil atravessar esse momento.
    Na parte de fora do encontro, que tem como tema "Constituição e Crise: A Constituição no contexto das crises política e econômica", ocorreram manifestações de um grupo contrário ao afastamento da presidente Dilma Rousseff.
    Os gritos não eram ouvidos do lado de dentro, mas nem por isso o clima era menos politizado. Palestrantes e participantes – entre eles algumas das principais autoridades a favor do impeachment, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (PMDB-SP), – conversavam sobre o atual momento e o futuro pós-crise.
   Gilmar Mendes comparou a democracia brasileira à cleptomania confira, a seguir, cinco frases que marcaram o evento:
   Gilmar Mendes: “O Brasil vive um regime de cleptodemocracia”
Em uma dura crítica ao sistema político brasileiro, o ministro do STF associou o regime democrático do país à cleptomania, o ato de roubar por impulso.
O ministro, que também é um dos fundadores do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que coorganiza o evento, afirmou que a saída do PMDB da base governista, oficializada nesta terça, “tornará ainda mais grave a crise política do país”. Além disso, lembrou que a possibilidade de novas eleições não pode ser descartada.
    “Só teremos eleições antecipadas se houver a renúncia do presidente e do vice ou se o mandado de ambos for cassado, o que poderia ocorrer, em tese, porque há um processo de tramitação na Justiça Eleitoral por abuso de poder político e econômico”, afirmou Mendes à BBC Brasil.

   Michel Temer: “O Brasil vive agora a democracia da eficiência”

    A presença de Temer foi responsável por boa parte da polêmica envolvendo o seminário, já que especulou-se que o encontro seria, na verdade, uma "desculpa" para que vice e líderes da oposição – como os tucanos José Serra e Aécio Neves – pudessem se reunir longe dos holofotes.
    Em seu pronunciamento transmitido por vídeo, o peemedebista afirmou que o Brasil se encontra em um momento no qual a democracia precisa ser mais eficiente, pois a população cobra “maior eficiência dos serviços públicos, privados e maior ética na política”.
    Temer despediu-se do encontro afirmando que “ao lado do Estado de Direito, temos de ter o estado da paz”.
   O senador petista Jorge Viana resolveu participar do encontro para dar a versão PT à comunidade internacional
Jorge Viana: “Vim para alertar sobre os riscos de um golpe à democracia no Brasil”
    O senador petista parecia um pouco deslocado no primeiro dia do congresso. Durante um breve intervalo entre as palestras, ele deixou o auditório e foi se encontrar com os manifestantes que estavam do lado de fora da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
    “Pensei em desistir de vir, mas depois percebi que a minha presença é importante para passar à comunidade internacional a nossa versão da história, que é o risco que a democracia corre no Brasil com a ameaça de um golpe de Estado”, disse o senador.
Viana vai palestrar na quinta-feira, último dia do seminário, com Aécio Neves e José Serra.
    “Havia planejado um pronunciamento mais voltado para o âmbito acadêmico do Direito, mas, com o desenrolar dos fatos, decidi usar o meu espaço para criticar o protagonismo que o Poder Judiciário tem assumido na política brasileira, que é muito perigoso”, afirmou ele à BBC Brasil.
Manifestantes: “Se querem um golpe, contentem-se com este, mas cuidado com a ressaca!”( faziam referência a um vinho cuja marca é "golpe)"
A garrafa do vinho português "Golpe" resumiu a posição dos manifestantes que se reuniram em frente à sede do seminário.
Manifestantes do lado de fora, alertaram contra a 'ressaca do golpe'
   O ato, que começou tímido no início da manhã, foi ganhando adeptos com o passar das horas e, no momento em que os palestrantes falavam no auditório, aproximadamente uma centena de pessoas do lado de fora, gritava, “não vai ter golpe, não!”
    O protesto mobilizado através da Internet, teve como objetivo criticar aquilo que os manifestantes residentes em Portugal consideram como uma “tentativa de golpe de Estado travestido de impeachment”.
    A manifestação ocorreu sem incidentes e foi acompanhada por policiais portugueses. O único momento de tensão foi a chegada do senador José Serra (PSDB-SP), que foi confrontado por alguns dos presentes.
    Os organizadores do protesto prometem um novo protesto para o encerramento do evento, na quinta-feira, que têm programadas as participações de Serra e Aécio Neves.

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