domingo, 24 de julho de 2016

LUÍZA ERUNDINA OFICIALIZA SUA CANDIDATURA À PREFEITURA DE SÃO PAULO




Durante o lançamento de sua campanha à Prefeitura de São Paulo, Erundina chama Marta Suplicy  de 'traidora'

  O PSOL oficializou neste domingo (24) a candidatura da deputada Luiza Erundina e de seu vice Ivan Valente à Prefeitura de São Paulo.

   Em seu discurso, Erundina afirmou que Marta Suplicy, pré-candidata do PMDB, é uma "traidora do povo" e que o tucano João Doria é um "coxinha" que pretende "privatizar a cadeira de prefeito". Luiza afirmou, que pretende governar para os 99% da população e "falar grosso" com os ricos e poderosos da cidade.
   "Quero fazer um governo de participação popular, resgatando o interesse pela política nas pessoas, que estão desalentadas e desinteressadas", disse Erundina.
    Para Valente, há um paralelo entre as eleições deste ano e as de 1988, nas quais a ex-petista derrotou Paulo Maluf (então do PDS) e se tornou a prefeita da cidade. "A diferença é que agora há vários Malufs", acrescentou Valente.
   Durante o evento, foi anunciada a primeira aliança da chapa, com o PCB (Partido Comunista Brasileiro).
   Sendo pequena a sígla do PCP, pois não tem nenhum deputado na câmara, essa  coligação não aumentará o tempo de televisão da campanha, o que os próprios candidatos admitem ser  essa sua maior dificuldade para crescer nas pesquisas.
    Nas pesquisas Erundina está hoje em terceiro lugar na disputa, com 10% das intenções de votos.
    Os candidatos reclamaram muito da lei eleitoral aprovada no ano passado que só garante a participação em debates televisivos a candidatos de coligações com ao menos dez deputados. O PSOL só tem seis.
    Segundo eles, essa mudança na lei eleitoral nada mais foi do que uma vingança  de Eduardo Cunha [então presidente da Câmara dos Deputados] pelo processo de cassação a que o PSOL deu início", afirmou Ivan Valente.
    Erundina afirmou que o partido irá pressionar o STF contra a decisão que vincula o tempo de exposição na TV ao número de deputados na Câmara.
    "O partido pode não ter dez deputados, mas foi o que mais se destacou frente aos desmandos da Câmara e foi capaz de ter a iniciativa que terminou afastando Cunha", disse Erundina.
    Apesar desta limitação, os candidatos disseram acreditar que chegarão ao segundo turno. Para o vice, pesam a favor da candidatura Erundina ter sido uma prefeita (1989-1993) bem avaliada pela opinião pública de São Paulo e pelo fato do PSOL não ter sido atingido por escândalos de corrupção.
    "Através disso, vamos chegar no segundo turno e, depois, espere que o bicho vai pegar", disse.

PROPOSTAS

   A pré-candidata mencionou, entre suas prioridades, articular o transporte entre as cidades da região metropolitana e iniciativas para o crescimento econômico e diminuição do desemprego.
    Ela disse ainda que irá retomar a proposta de gratuidade no transporte público, demanda que deu origem aos protestos nacionais de 2013 e é defendida pelo Movimento Passe Livre.
    "Vamos retomá-la, readequá-la e discuti-la com a população. Vamos nos inspirar em cidades que adotam esse modelo, talvez não em tempo integral, mas em alguns dias e horários", disse Erundina.

PROTAGONISMO

   Sob gritos de "Fora, Temer", a convenção também abordou questões nacionais, como o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a reforma da Previdência, aos quais o PSOL se opõe.
  
   Erundina afirmou que São Paulo precisa voltar a ter um papel de protagonista nas discussões do país e que não pode aceitar imposições "de cima para baixo" do atual governo federal.

   "São Paulo é uma cidade com muitas potencialidades, que vai contribuir não só para encontrar solução para seus próprios problemas, mas vai influir na busca de solução para os graves problemas do país", afirmou Erundina.

   A candidata enfatizou também que pretende rearticular a Frente Nacional dos Prefeitos, criada durante sua passagem pela prefeitura, para levar propostas ao Legislativo e ao governo federal.

   "O governo federal está fazendo acordo com os Estados em relação à prorrogação da dívida, mas não se conversa com os prefeitos", disse. "São Paulo deve ter uma participação maior em relação às decisões estratégicas do governo federal. Não é justo que a cidade sofra os efeitos das políticas definidas de forma autoritária e centralizada."

Nenhum comentário:

Postar um comentário