terça-feira, 13 de setembro de 2016

Quem foi Miguel Corte-Real?

   Miguel Corte-Real foi um navegador português naufragado  na costa leste da Nova Inglaterra na América do Norte no ano de 1502. Seu desaparecimento deu origem a várias controversias, a mais discutida das quais é do seu naufrágio nas costas da Nova Inglaterra, onde teria mantido contato com as populações indígenas locais e gravado a conhecida epígrafe da Pedra de Dighton. 

   Miguel Corte-Real era filho de João Vaz Corte Real, capitão donatário na ilha Terceira, Açores, e irmão de Gaspar Corte-Real, que desapareceu numa numa viagem de exploração à Terra Nova em 1501, à época conhecida por Terra Nova dos Bacalhaus. No ano seguinte Miguel partiu numa expedição em direção ao noroeste do Atlântico em busca de seu irmão Gaspar, mas também acabou desaparecendo.
 
  O poeta italiano Giovanni Cataldo Parisio, também conhecido por Cataldo Sículo, que residiu algum tempo em Lisboa em fins do século XV, dedicou a Miguel Corte-Real um poema, que incluiu em  sua coletânea Poemata, publicada em Lisboa no ano de 1502. Através desse poema se pode entender que Miguel Corte-Real terá exercido as funções de porteiro-mor do rei D. Manuel I de Portugal e terá participado também de uma expedição militar ao norte de África antes ter viajado para a América do Norte.

   Também se conclui, que Miguel Corte-Real não participou da expedição capitaneada por seu irmão em 1501, apesar de tê-la financiado em troca da partilha das terras que descobrisse. Só não foi na expedição de seu irmão porque, por ordens régias, teve que partir em auxílio dos venezianos nas suas lutas contra os turcos no Mediterrâneo oriental.

   Confirmado o desaparecimento de seu irmão Gaspar no inverno de 1502 organizou-se uma expedição, composta de três navios, a fim de proceder a buscas na mesma rota que ele havia seguido. A expedição partiu de Lisboa a 10 de Maio de 1502 e atingiu a costa da Terra Nova, onde os navios se separaram para aumentar a área de busca do provável desaparecimento. Nessa procura os comandantes dos navios dispersos envolvidos na mesma, marcaram entre si uma data, que seria no dia 20 de agosto, numa determinada baía para se reencontrarem, sendo que só dois dos três navios envolvidos na busca se encontraram. O de Miguel Corte-Real nunca mais foi visto.

   No ano seguinte o irmão mais novo, Vasco Anes Corte-Real, solicitou autorização para partir em busca dos irmãos desaparecidos, mas o rei D. Manuel  temendo novo desaparecimento, não autorizou a expedição. Contudo, naquele ano dois navios terão partido para o noroeste do Atlântico, mas foram infrutíferas as suas buscas.

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