quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A GRANDE CAMINHADA DA CHINA

A Longa Marcha: - tudo a ver com a China atual!

Durante este outubro de 2016, os líderes chineses têm comemorado muito o 80º aniversário do fim da Longa Marcha (1934-1936), acontecimento heroico que marcaria para sempre o destino da China e seu povo.

A Longa Marcha além de ter livrado o Partido Comunista Chinês (PCC) do aniquilamento, fez surgir um novo Exército, o Exército Vermelho, que deu a este, sob seu comando, uma nova estratégia e uma nova força. Este acontecimento foi determinante para a expulsão dos invasores japoneses, a unificação da nação e a proclamação, no dia primeiro de outubro de 1949, da República Popular da China, afastando definitivamente deste país, a influência inglesa e ocidental, que sob a conivência de Chiang Kai-Shek, amarfanhava a cultura e o progresso chinês. 

Os chineses reconhecem o papel do PCC, na formação da China atual, conforme diz o refrão de uma música bastante popular neste país: -  “Se não existisse o Partido Comunista então não teríamos a Nova China” (Méiyǒu Gòngchǎndǎng jiù méiyǒu Xīn Zhōngguó). Uma canção patriótica, cantada por  quase todos os chineses e que foi composta por um jovem de 19 anos em 1943, chamado Cao Huoxing.

Assim, há que reconhecer a grande influência que a Longa Marcha teve na história do Partido Comunista Chinês.

No final do século 19 e início do século 20 a China passava por um dos seus mais difíceis momentos. A dinastia Qing já não assegurava mais a unidade do império e sua fragmentação era evidente. Dessa vez, a China estava ameaçada não mais pelas “nações do Norte”, seus vizinhos tradicionais, mas também por outras nações do ultramar, sendo a Inglaterra a principal. A ação inglesa, principalmente depois da conhecida Guerra do Ópio, desestabilizava e ruía o poder imperial. Sua queda era iminente, como bem assinalou Karl Marx em artigo publicado no New York Daily Tribune em 14 de julho de 1853. Dizia ele: “a dissolução da velha China é tão certa como a de uma múmia cuidadosamente conservada num sarcófago hermeticamente fechado e que se expõe ao ar”.

 O fim da dinastia Qing foi oficialmente decretada após a proclamação da República da China no dia 1º de janeiro de 1912. Porém a mudança política do sistema não foi suficiente para resolver de imediato os graves problemas chineses daquela época, que eram, a divisão interna do poder e a ocupação territorial de seu território por parte de nações externas. As forças internas que lutaram pelo fim da dinastia Qing não foram capazes de se unir contra essas duas grandes ameaças. Sun Yat-sen, o principal líder da história chinesa, desse período, entretanto, tinha consciência desses desafios históricos por que passava seu país e em uma de suas conferências escrita em 1924, afirmava o seguinte: “Nós somos o Estado mais pobre e fraco do mundo e ocupamos o lugar mais baixo nos negócios internacionais; o resto da humanidade é a faca que corta e o prato a ser servido, enquanto nós somos o peixe e a carne. Nossa posição agora é extremamente perigosa; se nós não promovermos seriamente o nacionalismo e mantivermos juntos nossos quatrocentos milhões de chineses numa nação poderosa, estaremos diante de uma tragédia: a perda de nosso país é a destruição de nossa raça”.


A Longa Marcha foi o início dessa grande virada. Nem mesmo a invasão da Manchúria, região leste da Ásia, extremo nordeste da China pelos japoneses em 1931 foi capaz de demover o (Partido Nacionalista da China de Chiang Kai-shek,  pró ocidental,  que dirigia a China), da sua determinação de priorizar o enfretamento interno, que no fundo mesmo era a necessidade de acabar com o PCC.

Perante essa situação se pode compreender as campanhas do Kuomitang(Partido Nacionalista de  Chiang Kai-shek)  contra as áreas controladas pelo PCC, concentradas principalmente na província de Jiangxi. Mas, pela disparidade de forças dos "nacionalistas", que eram apoiados pelo ocidente, mais propriamente pela Inglaterra, o recém soviete chinês, a primeira grande experiência de governo comunista na China, cujo núcleo central ficava na pequena cidade de Ruijin, não pode resistir.

Somente em  27 de outubro de 1934, foram dados os primeiros passos do que viria a se transformar em umas das maiores façanhas do PCC, que foi o início da marcha de 100 mil combatentes do Exército Vermelho da China, em apoio a Mao, que percorreu mais de 10.000 km, percorrendo quase todo o território chinês, expulsando a cultura ocidental e promovendo a cultura local, através da chamada "Revolução Cultural", que provocou uma grande reação por parte da Inglaterra e dos Estados Unidos e que por pouco não foi interrompida, pois a China ainda dava ali os primeiros passos para tornar-se a potência que é atualmente.    
Enfim, isto é apenas um resumo da sofrida e explorada China daqueles tempos, que poderá servir de estímulo ao surgimento de outras marchas neste Planeta ainda tão explorado por essas mesmas potências que durante tantos séculos exploraram aquele povo tão rico em recursos naturais, tradições e cultura.        
Aqui e ali, pequenos passos já estão sendo dados, agora não só para uma longa caminhada, mas para médias e pequenas caminhadas, que levem à libertação definitiva do Planeta Terra, infelizmente ainda em mãos uns poucos que qualquer criança do primário sabe quem são! As caminhadas começam sempre por pequenos passos e muitos desses primeiros passos já foram dados, principalmente no nosso continente sul - americano. A caminhada de Pedro Teixeira pela Amazônia em 1637, foi um desses primeiros passos. Mais detalhes, clique aqui...  Pedro Teixeira, em termos de nacionalismo e amor à sua cultura e tradições, poderia ser comparado ao herói Mao? Na História do Brasil, poderíamos citar outros passos importantes na tentativa de nossa libertação, como a batalha de Cunhaú e Ferreiro Torto. Mas apesar de todas essas tentativas da marcha da libertação do Brasil e de nosso continente, esta ainda está por acontecer. Parece que, tal como na grande marcha de Mao, o inimigo está para entregar a toalha. E não tenham dúvida, o inimigo é o mesmo de sempre. Apenas mudaram os tempos, os métodos e as armas. Se conseguirmos chegar ao fim de nossa marcha de libertação, teremos dado um imenso passo para uma Humanidade mais justa, mais feliz e mais humana...........  
     

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