quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Portugal um dos melhores países do mundo para ser rapariga





Relatório de Organização Não-Governamental Compara Situação e Problemas Que Raparigas Enfrentam em Vários Países do Mundo

Portugal ainda é um dos dez melhores países do mundo para se nascer mulher, segundo um relatório da organização não-governamental Save The Children. O país está em oitavo lugar numa pesquisa que compara dificuldades e problemas que meninas e rapazes enfrentam em vários países de todos os continentes.

Segundo a pesquisa da Save The Children, publicado nesta terça-feira para marcar o Dia Internacional da Rapariga, a situação em geral e as oportunidades das raparigas portuguesas são melhores do que as das suíças,  espanholas, italianas ou alemãs.

O relatório da Save The Children analisou uma série de indicadores em vários países e atribuiu uma pontuação a cada um conforme a sua performance. Os indicadores eram os seguintes: casamento infantil, gravidez na adolescência,  mortalidade materna, acesso das mulheres a cuidados de saúde , número de mulheres no parlamento e conclusão do ensino secundário.

Juntos, estes indicadores provaram que Portugal é um dos países em que as raparigas enfrentam menos problemas, mas o que mais contribuiu para a posição elevada no ranking foi o número de mulheres no parlamento. Em Portugal, um terço dos deputados no parlamento é do sexo feminino e este dado foi encarado como um sinal de representatividade na tomada de decisões.

A baixa taxa de mortalidade materna em Portugal, que é de 6 por 100 mil, ajudou o país a ficar melhor colocado do que, por exemplo, os Estados Unidos, em que 14 em cada 100 mil mulheres morrem no parto.

No topo do ranking surge a Suécia e logo depois a Finlândia e a Noruega. Holanda, Bélgica, Dinamarca e Eslovénia são os outros países que ficam à frente de Portugal. Logo atrás ficam Suíça, Itália, Espanha e Alemanha.

Ao contrário, os países em que as meninas enfrentam mais dificuldades, são o Níger, o Chade e a República Centro-Africana. Nestes três estados, em que poucas raparigas têm o ensino secundário completo, registra-se uma fraca representatividade feminina no parlamento, para além de elevadas taxas de casamento infantil, gravidez na adolescência e mortalidade materna.

Desenvolvimento nem sempre é sinônimo de igualdade

Este relatório veio comprovar que nem sempre a um alto nível de desenvolvimento econômico equivale diretamente a maior igualdade de gênero ou mais oportunidades para as mulheres.

Os Estados Unidos que estão entre os países mais desenvolvidos do mundo, encontram-se em oitavo lugar no Índice de Desenvolvimento Humano Global, aparecem em 32º lugar neste ranking. Isto porque, segundo as autoras do relatório, ainda apresentam elevados índices de mortalidade materna e gravidez na adolescência, e também por terem uma fraca representação feminina no parlamento.

Para Lisa Wise, diretora de desenvolvimento inclusivo da Save the Children e uma das autoras do relatório, esta é uma das provas de que raparigas, ao contrário dos rapazes, veem ser-lhes negadas as oportunidades também em países de alta renda. Em declarações à imprensa, Lisa afirmou que os Estados Unidos deveriam estar melhor colocados.

Da mesma maneira, o Brasil surge abaixo do esperado devido ao elevado número de casamentos infantis e gravidezes na adolescência, que, segundo as autoras, colocaram este país ao nível do Haiti.

A Austrália também foi criticada pelas autoras com uma observação  que diz: nem todos os países ricos estão a agir tão bem quanto deviam. A Austrália surge apenas em 21º lugar, segundo as investigadoras, devido à pouca representação feminina no parlamento e ao elevado registro de gravidez na adolescência.
Há que destacar também a performance de Ruanda, um dos países menos desenvolvidos do mundo que apresenta, no entanto, o maior número de mulheres no parlamento a nível global. Em Ruanda, que está na 49ª posição, 64% dos deputados no parlamento são mulheres.
O país é ainda elogiado no relatório pelas ações que tem tomado na prevenção do casamento infantil e gravidez na adolescência, em comparação aos países vizinhos e outros países do mesmo nível sócio/econômico.

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