terça-feira, 15 de novembro de 2016

Nova suspeita de Fraude no Enem - Vazamento da prova de redação

Após operações contra fraudes no Enem, apareceu a suspeita de que o tema de redação tenha sido divulgado antes da prova. Houve mais um pedido de anulação da prova, feito pelo Ministério Público Federal no Ceará.

Enquanto isso, as investigações continuam. Houve candidato que antes mesmo de começar a fazer a prova já tinha o rascunho da redação pronto. O tema da redação deste ano foi sobre intolerância religiosa, foi semelhante a um tema que apareceu em uma rede social do MEC no ano passado. O governo afirma que "tudo não passou de mera coincidência".

A postagem do MEC refere-se à 2015, que fazia um alerta sobre um falso vazamento da redação do ano passado. O tema, "intolerância religiosa". Daí a polêmica. É que o tema da redação do Enem desse fim de semana foi esse: os caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil.

O governo deu várias explicações, dizendo que o tema não era o mesmo e que o que aconteceu foi uma coincidência de assuntos que não teve vazamento e que, por isso, não afeta em nada o exame deste ano. O Inep comenta que é mais uma tentativa de tumultuar o Enem.

Tais explicações vieram em nota, que diz que o texto de apoio desse Enem é baseado em um estudo da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e é de domínio público. O gráfico da prova falsa divulgada às vésperas do Enem de 2015 é baseado no mesmo estudo, mas, disse o governo, tem recorte diferente, e fala que a formulação do tema é feita com a participação de professores de várias áreas do conhecimento que são do banco de elaboradores e revisores do Inep.

Em Macapá a Polícia Federal prendeu um homem que confessou ter ido para a prova já sabendo o tema da redação. E a polícia diz  no Ceará, que o tema vazou mesmo antes da prova e estava com um dos presos.
“Ele levou no bolso dele uma redação já pronta, apenas para transcrever na hora do exame”, disse a delegada Fernanda Coutinho, da Polícia Federal.

No fim da tarde de segunda-feira (07/11), o procurador Oscar Costa Filho pediu à Justiça do Ceará a anulação da prova de redação. O juiz ainda vai ouvir o Inep, que tem até 15 dias para se manifestar. Oscar Costa, já havia pedido a suspensão do Enem, negada pela Justiça.

O Inep disse que as investigações continuam e que mais gente pode estar envolvida nesta suposta fraude. Está sendo feito o cruzamento das digitais registradas nos dias de prova com o banco de dados da polícia. O Enem de dezembro já está sendo preparado. Nos dias 3 e 4 de dezembro 271 mil inscritos irão fazer as provas. O governo vai pagar os custos, estimados em R$ 15 milhões, mas quer ressarcimento da UNE, da Ubes e da UJS, entidades estudantis. Ao todo, 405 escolas não tiveram prova porque foram ocupadas. Isso em 20 estados e no Distrito Federal.

“Apresentaremos à AGU os elementos que comprovam a atuação dessas entidades e essa caracterização tem que ser demonstrada juridicamente”, disse Mendonça Filho do ministro da Educação.

A UNE, a Ubes e a UJS declararam que, ao punir financeiramente as entidades, o Ministério da Educação tenta criminalizar o movimento estudantil e enfraquecer as ocupações, que questionam legitimamente a PEC do teto e a reforma do ensino médio.

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