quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

PORTUGAL DESPERDIÇA UM MILHÃO DE TONELADAS DE ALIMENTOS POR ANO

Parlamento Europeu recomenda aos Estados Membros que reduzam à metade a  comida que vai para o lixo até ao fim deste ano

Todos os anos, os portugueses jogam no lixo um milhão de toneladas de alimentos, ou seja, cada português deita em média 132 quilos de comida por ano no lixo. Porém, 17% da comida é deitada fora ainda antes de chegar aos consumidores. Um desperdício que no total da União Europeia chega aos 89 milhões de toneladas. Foi para reduzir a expressão destes números que o Parlamento Europeu recomendou aos Estados membros um corte na metade desse desperdício até ao fim deste ano.
Em Portugal são vários os programas que têm como meta limitar as quantidades de comida jogadas no lixo. É o caso do Dose Certa, que já levou um restaurante no Porto a reduzir a quantidade de arroz e batatas no prato, sem que os clientes estranhem as doses.
Segundo os cálculos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) os países industrializados desperdiçam 1,3 mil milhões de toneladas de alimentos por ano. O que chegaria para alimentar os cerca de 925 milhões de pessoas que passam fome no mundo.
Em Portugal o ano de 2016 foi declarado Ano Nacional do Combate ao Desperdício Alimentar, apesar de não sermos os europeus que mais comida desperdiçam. Na Holanda o desperdício por habitante/ano é de 541 quilos, seguido da Bélgica, com 345, e do Chipre, com 327, e Espanha desperdiça pouco mais do que nós (135 quilos). Apesar de tudo tem-se multiplicado as iniciativas para evitar deitar tanta comida fora.

Ajudar restaurantes a mudar

Travar o desperdício alimentar é uma questão que tem impacto ambiental, econômico e social. Daí que o programa Dose Certa comece por pedir "aos estabelecimentos que pesem os alimentos que desperdiçam, para que tomem consciência da realidade do custo", aponta Susana Freitas, da divisão de valorização orgânica da Lipor (Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto).

Mas, ainda assim, como "a maior fatia do desperdício alimentar está nas famílias", é urgente "ensinar as pessoas a fazer uma correta seleção dos alimentos, leitura dos rótulos e aprenderem a olhar para o alimento como sendo passível de ser utilizado por inteiro", aponta Helena Real, secretária-geral da APN.

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