domingo, 2 de abril de 2017

Milhares de pessoas saem as ruas em todo Brasil contra reformas governamentais

Milhares de pessoas saíram na sexta-feira 31/03/17 às ruas do Brasil, convocadas por sindicatos e movimentos sociais para protestar contra o ajuste fiscal iniciado pelo governo do presidente Michel Temer e, principalmente, por sua proposta de reforma da lei da previdência e aposentadorias.
As manifestações aconteceram nas capitais dos 26 estados do país e o Distrito Federal, mas sem registros de incidentes. Em São Paulo, a Avenida Paulista voltou a ser o epicentro das concentrações.
 
O Museu de Arte de São Paulo (MASP), reuniu cerca de 70 mil pessoas, segundo os organizadores, que protestaram com cartazes contra as reformas propostas pelo governo Temer. 

O deputado Arlindo Chinaglia (PT), disse que: "muita gente começou a refletir sobre (as eleições de) 2018. Mas acredito que nós devemos concentrar nossas energias agora para evitar a perda dos direitos neste momento". 

No mesmo sentido, o também deputado Ivan Valente (PSOL) comentou que: "A indignação popular cresce, principalmente com a reforma da previdência social". 
 Já Valente disse que "a terceirização com a reforma trabalhista indigna igualmente o povo, que não quer a destruição de seus direitos".
"Nós estamos na rua pela ética na política, para derrotar este governo de coalizão, fisiológico, 'clientelismo', corrupto e impopular", disse o deputado paulista. 

No início do dia, alguns pontos da cidade foram bloqueados por manifestantes, que impediram a circulação de veículos. 

O juiz do Tribunal do Trabalho e professor do Centro Preparatório Jurídico (CPJUR), Mauricio Simões, afirmou que a classe trabalhadora entre 25 e 50 anos ficou "sem uma regra" e com alteração da expectativa de vida dos brasileiros, o país está em uma "balança" desnivelada. 

"Ninguém terá teto de previdência social e o impacto da sociedade é a regressão de seus direitos sociais, embora seja necessário, sim, uma reforma", mas de outra maneira, afirmou. 

Para Simões, a "terceirização é um fator mas que (a reforma) da previdência social, pois já foi aprovada no Congresso e isso é uma precarização máxima do trabalho". 

No Rio de Janeiro, cerca de 15 mil manifestantes, segundo os organizadores, se concentraram na Avenida Rio Branco e caminharam até a Cinelândia, com cartazes contra da terceirização e o projeto de reforma na previdência. 

Vários manifestantes no Rio carregavam cartazes onde mostravam fotos com os parlamentares do estado que votaram a favor da terceirização e foram chamados "traidores dos trabalhadores". 

Outras cidades como Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e Fortaleza também tiveram manifestações, mas com menor participação.
A polêmica reforma da previdência foi apresentada ao Legislativo em dezembro do ano passado e propõe pelo menos 25 anos de contribuição e uma idade mínima de 65 anos para acesso aos benefícios da aposentadoria.
Outra questão é sobre o projeto de lei que permite às empresas terceirizar sua mão-de-obra. 

O governo de Michel Temer considera prioridade a aprovação das reformas para poder sair da grave crise econômica que atravessa, com quedas do Produto Interno Bruto (PIB) nos dois últimos anos acima dos 3%. 

Isso provocou a quebra em alguns dos estados mais importantes do país, como o Rio de Janeiro, e um número recorde de desemprego que supera os 13 milhões de pessoas.

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