quarta-feira, 31 de maio de 2017

HUAMBO

: 35 771 km2 (província)
: 1.204.000 habitantes (província)
: Tropical de altitude
Recursos Econômicos: Agricultura, pecuária, extração mineira
: 12º45'36''S 15º44'10''E

Elementos Institucionais

: 2000
: 21 de agosto
, Administrador Municipal: Irineu Cândido
:  João Batista Kussumua
Huambo: República de Angola
http://www.huambo.gov.ao/

Breve História

A cidade de Huambo, capital da província do mesmo nome é a segunda maior cidade de Angola, sendo fundada em 21 de agosto de 1912, pelo então governador da província general Norton de Matos. Chamada de Nova Lisboa em 1928, recuperou seu nome anterior após a independência de Angola em 1975. A maioria de sua população pertence à etnia Ovimbundu. O topónimo Huambo deriva do nome de Wambo Kalunga, fundador do reino de Wambo. A província do Huambo estende-se a sul do Rio Kwanza, na zona do Planalto Central, onde se ergue o Morro do Moco (2620 m de altura), o ponto mais alto da província e do país. Limitado pelas províncias de Kwanza-Sul (Norte), Bié (Este), Huíla (Sul) e Benguela (Oeste), o Huambo está dividido em 11 municípios: Huambo, Bailundo, Ekunha, Cáala, Catchiungo (ex Bela Vista), Londuimbale, Longonjo, Mungo, Tchicala, Tcholoanga (ex Vila Nova), Tchindjenje e Ucuma (ex Cuma). A cidade do Huambo foi um polo de desenvolvimento econômico, industrial e agropecuário e um centro de excelência para o domínio acadêmico, nomeadamente na área da investigação agrária e veterinária. Devastada durante os anos de guerra civil, tal como as infraestruturas existentes - estradas, vias férreas, escolas e hospitais -, tem vindo a ser reconstruída e recuperada com sucesso. O Huambo é uma região rica em recursos naturais e minerais, com uma vasta rede hidrográfica e um clima ameno que a tornam especialmente vocacionada para o desenvolvimento das atividades agropecuárias e agroalimentares. O subsolo é rico em minerais – manganês, diamantes, volfrâmio (tungstênio), ferro, ouro, prata, cobre, urânio, entre outros – e a extração mineira é uma atividade com enorme potencial econômico. O Caminho de Ferro de Benguela (CFB), inicialmente destinado ao escoamento do cobre das minas do Katanga, que atravessa o Huambo no seu percurso até à fronteira com o Congo, fazendo a ligação entre o Lobito, na costa atlântica de Angola, até à cidade da Beira, na costa índica de Moçambique, através dos sistemas ferroviários da República Democrática do Congo e da Zâmbia, continua a ser um elemento essencial para o desenvolvimento econômico, industrial e agropecuário da província e do país.
  
Clima

Está localizada sobre um Planalto acima de 1774m de altitude e possui um clima Tropical de Altitude tipo Cwb ou Clima Oceânico Cwb. Caracterizado por verões úmidos e mornos, com noites amenas e dias relativamente quentes e invernos secos com dias amenos e noites relativamente frias. É a 2ª cidade mais fria de Angola perdendo apenas para Lubango que é um pouco mais alta que Huambo e está a 2º graus ao sul da mesma.

História

Durante a construção da linha da Companhia do Caminho de Ferro de Benguela, construído para drenar os minérios da rica região do Catanga para a costa do Atlântico, estando o acampamento do empreiteiro Pauling estabelecido no km 370, começou a ser aí recebida correspondência, vinda de Inglaterra, endereçada a "Pauling Town - Angola". É necessário referir que este acampamento era, na altura, o único aglomerado populacional digno desse nome que então existia na região do Huambo. O General Norton de Matos, ao chegar a Luanda para ocupar o cargo de governador da então província de Angola, teve conhecimento dessa correspodência e, para marcar bem o domínio português na Província do Huambo, deu ordem aos Correios para devolverem, com a indicação de "destino desconhecido", toda a correspondência endereçada ao engenheiro  "Pauling Town".
Norton de Matos procurou, nos pobres mapas de então, qualquer coisa que lhe sugerisse um nome; só encontrou a referência a um pequeno Forte do Huambo (Cabral Moncada, criado por Portaria nº 431,de 20/09/1903), onde aconteceram feitos heróicos; este forte situava-se próximo do km 365, do lado esquerdo da linha, a cerca de 2 quilômetros desta. Essa representação foi o bastante para lhe indicar a magnífica posição geográfica, política econômica e militar do futuro Centro Ferroviário, a que deu o nome de Cidade do Huambo, por Diploma Legislativo de 8 de Agosto de 1912, que se viria a criar no km 426.
Logo a seguir à criação da cidade do Huambo, a Portaria Provincial 1086 de 21 de Agosto de 1912, proibiu a construção de casas de pau-a-pique ou outros materiais semelhantes na cidade de Huambo. Em 1928, o então governador Vicente Ferreira mudou-lhe o nome para Nova Lisboa e fez publicar em boletim oficial a designação da cidade como nova capital de Angola. Contudo, isto nunca passou do papel.
O CFB deu à estação da Caála o nome de Robert Williams, para prestar uma merecida homenagem ao homem que concebeu e realizou todo o empreendimento que tornou possível a drenagem dos minérios do rico Catanga para o oceano Atlântico, o que só aconteceu depois de 1929, em data que não é possível precisar. O mesmo sucedeu com a estação de Calenguer, que passou a chamar-se Guerra Junqueiro por, do lado direito da linha férrea, existir um morro que parecia a estátua jacente desse poeta português.

Educação

Huambo é sede da Universidade José Eduardo dos Santos.

Bibliografia

  • Norton de Matos. Memórias e Trabalhos da Minha Vida - Obras Completas do General Norton de Matos. Imprensa da Universidade de Coimbra, 2005, 1669 pp. ISBN 972-8704-30-5, ISBN 972-8704-30-4, ISBN 972-8704-30-6.
  • Maria da Conceição Neto, In Town and Out of Town: A Social History of Huambo (Angola), 1902-1961, dissertação de doutoramento, School of Oriental and African Studies/University of London, 2012

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