sexta-feira, 9 de março de 2018

PROFESSORES DE SP FAZEM PARALIZAÇÃO DE 24 HORAS E AMEAÇAM ENTRAR EM GREVE

Trata-se de Um protesto Contra a Reforma da Previdência Municipal Imposta Por João Dória Do PSDB)

Os profissionais da educação do município de São Paulo farão, nesta quinta-feira (8), junto com os seus colegas do Estado, uma paralisação de 24 horas . À tarde, os grupos farão assembleias para definir se entram em greve. As reivindicações, no entanto, são distintas.
No caso dos servidores da educação municipal, o protesto é contra a reforma da Previdência municipal, que está em discussão na Câmara Municipal e quer aumentar a contribuição do servidor e instituir um sistema de previdência complementar.

A assembleia marcada para as 14h, em  frente à Prefeitura de São Paulo, é a segunda realizada pela categoria neste ano. A primeira aconteceu no dia 19 de fevereiro, seguida de um protesto. Além de ser contra a reforma proposta pelo prefeito João Doria (PSDB), também foi contra a reforma da Previdência do presidente Michel Temer (PMDB), enterrada após a intervenção militar contra a violência  no Rio de Janeiro.
Na assembleia desta quinta(8), os professores decidirão se a greve se estenderá por tempo indeterminado. Ao todo, a cidade de São Paulo tem 80 mil profissionais atuando na sua rede de ensino.
"Não temos medo de afirmar que nosso movimento é político. Não existe movimento mais nobre do que defender a vida e a dignidade dos trabalhadores", disse o Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação do Ensino Municipal de São Paulo) e também vereador de São Paulo pelo PPS.
Hoje, o funcionário público contribui com 11% de seus vencimentos, que são complementados por uma participação de 22% da Prefeitura. A principal mudança proposta pela prefeitura é aumentar essa alíquota do funcionário para 14%. Além disso, também haverá uma alíquota suplementar temporária, que representa um acréscimo, além dos 14%, dependendo da faixa salarial, que pode fazer com que a contribuição seja até 18,2% do rendimento do servidor.
Apesar de "político", Fonseca afirmou se tratar de um movimento apartidário. "O que estamos fazendo é político, o que o prefeito está fazendo é político. Mas o nosso movimento não é partidário. O sindicato tem o papel legítimo de defender a categoria", acrescentou.
Os vereadores tentam aprovar as mudanças antes de 6 de abril, data em que Dória deve deixar o cargo para disputar o governo de São Paulo. "Vão acontecer várias audiências públicas e é necessário que haja uma primeira e uma segunda votação para que a reforma seja aprovada. Já está no calendário da Câmara e se busca uma aprovação antes do Dória sair, ou seja, antes do dia 6 de abril", acrescentou Cláudio.
A prefeitura alega que houve, em 2017, um déficit de R$ 4,7 bilhões na Previdência, custeado pelo Tesouro municipal. Os servidores contribuíram com cerca de R$ 1,3 bilhão e a prefeitura, com R$ 2 bilhões. A folha de pagamento total, no entanto, custava cerca de R$ 8 bilhões ao cofre municipal. "O valor investido para cobrir o déficit está deixando de ser investido em educação, saúde, e outras áreas fundamentais", afirmou Paulo Uebel, secretário de Gestão, à época em que as mudanças foram divulgadas.
Para o vereador e presidente do Sinpeem, a proposta além de ser contraditória tem "caráter confiscatório"! "Tive a oportunidade de dizer isso ao governador Dória, nesta terça-feira(6), após a sessão da Câmara. Isso tem um caráter confiscatório. A administração alega que precisa fazer a reforma para investir em educação, mas vai fazer isso tirando dos professores, que além de não terem um reajuste salarial necessário vão ter a retenção de parte da sua renda. O efeito é desastroso",afirmou Cláudio.
A Secretaria Municipal de Educação informou que não se pronunciará sobre a paralisação.
Já a Secretaria Estadual de Educação afirmou que os professores possuem direito a "todo e qualquer tipo de manifestação" e que irá substituir os professores que não comparecerem às escolas para que os alunos não tenham prejuízo.

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